A Ciência do Ser e a Arte de Viver
(Continuação...)
Imagine que tem na sua mão um bloco cilíndrico. Vendo-o de lado, ele aparecerá como um quadrado; vendo-o do topo, ele aparecerá como um cilindro. Nós somos capazes de integrar estas perspectivas parciais ao objecto, a duas dimensões, num conceito mais compreensivo a três dimensões de um cilindro e não encontramos qualquer conflito entre as suas vistas. Mas se nós não tivéssemos esta estrutura perspectiva mais ampla, e tivéssemos de relacionar tudo num sistema de referência a duas dimensões, teríamos de defrontar-nos com um objecto que se apresentaria por vezes como um quadrado e outras vezes como um círculo. Nesta situação, a única forma de resolver o aparente paradoxo seria a de tentar explicar em termos do outro e, e se isto falhasse, declarar que um ou outro devia ser uma ilusão. Este é o tipo de situação com que a pessoa no estado de vigília se defronta, no que respeita ao absoluto e ao relativo. Não é que o relativo seja uma ilusão, nem que o absoluto seja irreal, ambas são reais, e a única maneira de resolver verdadeiramente o paradoxo é expandir a consciência a tal ponto, que possamos abranger ambos os aspectos simultaneamente. As diferenças são apreciadas no pleno valor da harmonia infinita. É um estado de paz e de realização.
À medida que a pessoa continua do quinto ao sétimo estado, defronta-se com experiências que, de acordo com todas as descrições, são absolutamente notáveis. O mesmo princípio aplica-se a cada etapa de desenvolvimento. Do quarto ao quinto estado de consciência a fôrmula é: “medite e tenha actividade”, regularmente e sem esforço, e continue com o resto da sua vida como habitualmente.
Removendo o mistério do misticismo – O misticismo tem muito pouco a ver com o mistério e vêm ambos da mesma raiz grega muo, que significa fechar os olhos e os lábios e tornar-se silencioso, mas enquanto um “mistério” é uma falta de conhecimento que resulta geralmente do silêncio dos outros, o “misticismo” é uma plenitude de conhecimento causada pelo retirar-se pessoalmente do mundo para um estado de silêncio interior.
Há uma opinião entre alguns psicólogos, de que é possível induzir estados superiores de consciência ao mudar directamente a química do cérebro. Considerando um exemplo específico, o LSD tende a concentrar-se no sistema visual do cérebro. Quando é muito forte, a pessoa pode muito bem ter experiências com descrições semelhantes do sexto estado de consciência, podia-se fácilmente supôr que os dois eram idênticos. Mas, quando ambos os estados são experimentados, torna-se imediatamente claro como eles são tão diferentes.
O que faz a meditação ao cérebro?
Dentro do nosso cérebro temos certas células específicamente elaboradas para criar e estimular o impulso beatífico e místico. Porém, elas só são activadas quando o homem já desenvolveu certas prerrogativas, tais como a pureza de vida e de elevação do pensamento. Também, quando já se nasce com certa evolução, elas podem manifestar-se espontâneamente, e eis a razão porque ocorrem estados místicos inconscientes.
Esta actividade mística do cérebro, que se pode traduzir por uma “doçura”, é estimulada através da Meditação. O espaço que deve haver entre as práticas de Meditação não deve ser muito longo, porque a capacidade cerebral de mantêr em actividade as células que estão impregnadas de “beatitude”, se não houver continuidade, esgota-se. A Meditação é o meio de as mantêr activas e de as recarregar novamente de energias, para ajudar os neurónios a multiplicarem-se e a produzirem novo afluxo de “doçura”. Ou seja, o prazer que sentimos no organismo (alegria interior) é provocado pela capacidade do cérebro transformar certas substâncias químicas, tais como os “açúcares”. Quanto mais “açúcar” (transformação química das células), mais tempo conservamos o bem-estar e a felicidade. Estes “açúcares” nada têm a ver com o açúcar que se ingere normalmente na alimentação, que o nosso organismo tem a capacidade e função de transformar. Este “açúcar”, ou o elemento químico doce, que provoca a “doçura” ou felicidade, é “fabricado” na Meditação.
Este açúcar é uma substância, Melatonina, derivado de um aminoácido fabricado pela glândula pineal. A Meditação impulsiona qualitativamente a glândula pineal, que por sua vez, afecta mais áreas do cérebro, entre as quais as que contêm os neurónios que se recordam de entidades superiores, e que na maior parte dos seres está passiva. Aguardemos que a Ciência venha a descobrir.
Fim
Imagine que tem na sua mão um bloco cilíndrico. Vendo-o de lado, ele aparecerá como um quadrado; vendo-o do topo, ele aparecerá como um cilindro. Nós somos capazes de integrar estas perspectivas parciais ao objecto, a duas dimensões, num conceito mais compreensivo a três dimensões de um cilindro e não encontramos qualquer conflito entre as suas vistas. Mas se nós não tivéssemos esta estrutura perspectiva mais ampla, e tivéssemos de relacionar tudo num sistema de referência a duas dimensões, teríamos de defrontar-nos com um objecto que se apresentaria por vezes como um quadrado e outras vezes como um círculo. Nesta situação, a única forma de resolver o aparente paradoxo seria a de tentar explicar em termos do outro e, e se isto falhasse, declarar que um ou outro devia ser uma ilusão. Este é o tipo de situação com que a pessoa no estado de vigília se defronta, no que respeita ao absoluto e ao relativo. Não é que o relativo seja uma ilusão, nem que o absoluto seja irreal, ambas são reais, e a única maneira de resolver verdadeiramente o paradoxo é expandir a consciência a tal ponto, que possamos abranger ambos os aspectos simultaneamente. As diferenças são apreciadas no pleno valor da harmonia infinita. É um estado de paz e de realização.
À medida que a pessoa continua do quinto ao sétimo estado, defronta-se com experiências que, de acordo com todas as descrições, são absolutamente notáveis. O mesmo princípio aplica-se a cada etapa de desenvolvimento. Do quarto ao quinto estado de consciência a fôrmula é: “medite e tenha actividade”, regularmente e sem esforço, e continue com o resto da sua vida como habitualmente.
Removendo o mistério do misticismo – O misticismo tem muito pouco a ver com o mistério e vêm ambos da mesma raiz grega muo, que significa fechar os olhos e os lábios e tornar-se silencioso, mas enquanto um “mistério” é uma falta de conhecimento que resulta geralmente do silêncio dos outros, o “misticismo” é uma plenitude de conhecimento causada pelo retirar-se pessoalmente do mundo para um estado de silêncio interior.
Há uma opinião entre alguns psicólogos, de que é possível induzir estados superiores de consciência ao mudar directamente a química do cérebro. Considerando um exemplo específico, o LSD tende a concentrar-se no sistema visual do cérebro. Quando é muito forte, a pessoa pode muito bem ter experiências com descrições semelhantes do sexto estado de consciência, podia-se fácilmente supôr que os dois eram idênticos. Mas, quando ambos os estados são experimentados, torna-se imediatamente claro como eles são tão diferentes.
O que faz a meditação ao cérebro?
Dentro do nosso cérebro temos certas células específicamente elaboradas para criar e estimular o impulso beatífico e místico. Porém, elas só são activadas quando o homem já desenvolveu certas prerrogativas, tais como a pureza de vida e de elevação do pensamento. Também, quando já se nasce com certa evolução, elas podem manifestar-se espontâneamente, e eis a razão porque ocorrem estados místicos inconscientes.
Esta actividade mística do cérebro, que se pode traduzir por uma “doçura”, é estimulada através da Meditação. O espaço que deve haver entre as práticas de Meditação não deve ser muito longo, porque a capacidade cerebral de mantêr em actividade as células que estão impregnadas de “beatitude”, se não houver continuidade, esgota-se. A Meditação é o meio de as mantêr activas e de as recarregar novamente de energias, para ajudar os neurónios a multiplicarem-se e a produzirem novo afluxo de “doçura”. Ou seja, o prazer que sentimos no organismo (alegria interior) é provocado pela capacidade do cérebro transformar certas substâncias químicas, tais como os “açúcares”. Quanto mais “açúcar” (transformação química das células), mais tempo conservamos o bem-estar e a felicidade. Estes “açúcares” nada têm a ver com o açúcar que se ingere normalmente na alimentação, que o nosso organismo tem a capacidade e função de transformar. Este “açúcar”, ou o elemento químico doce, que provoca a “doçura” ou felicidade, é “fabricado” na Meditação.
Este açúcar é uma substância, Melatonina, derivado de um aminoácido fabricado pela glândula pineal. A Meditação impulsiona qualitativamente a glândula pineal, que por sua vez, afecta mais áreas do cérebro, entre as quais as que contêm os neurónios que se recordam de entidades superiores, e que na maior parte dos seres está passiva. Aguardemos que a Ciência venha a descobrir.
Fim
Lumenamena
6 comentários:
Puxa! Será que entendi bem?
e qualquer forma, gosto muito de doce, e é difícil achar quem não goste. Doce é como música, de vez em quando todo mundo precisa. Não é à toa que nos países muçulmanos, seja no mundo àrabe, persa ou onde mais for, é costume se ofertar às visitas uma tigela de doces, para "adoçar", literalmente, aquele momnto. Também eu (maquiavélico que sou), sempre que conheço uma pessoa e conversei poucas vezes com ela, dou um jeito de oferecer-lhe algum doce, pois sempre fui da opinião de que o sabor da língua influencia o inconsciente, e quem sabe se assim for eu não serei "docemente" lembrado por aquela pessoa toda vez que por ela eu for lembrado?
De amargo já basta a vida!
Um abraço, amiga, ótimas idéias, hã... Fico sempre impressionado com a quantidade de cultura que essa mulher tem. Incroyable!
Abdoul Hakime,
Sabes, teu nome é muito bonito!
"...o sabor da língua influencia o inconsciente,..."
É isso aí!
Esse doce que ofereceste, certamente "doçura", estimula o impulso de bem-estar e felicidade.
Um Grande Abraço,
Li o teu texto e confesso que me sinto muito mais rico quando, sem as explicações da mente, científica ou não,explicações que acho essenciais para as abordagens teóricas e de sensibilização, saio da mente e entre no que não sei explicar, mas tu sabes. Além disso, há o fenómeno da totalidade da atenção, isto é, é possível, com outra maneira de estar no universo, olhar em várias direcções sem olhar para nenhuma. O que eu pretendo dizer é que as expklicações fazem perte do conhecimento. E não do Saber. Claro que digo lugares comuns para a minha estimada amiga. E olha, para que não haja confusões, sou um principiante nestas coisa. Mas tendo lido muito, muito, durante muitos anos, só com as vivèncias, interiores,espirituais, não religiosas, entenda-se, só com isso é que percebi, por exemplo, frases como esta: " Quando o discípulo está pronto, o Mestre sempre aparece". É verdade. E li isto tantas vezes. Só que foi preciso estar pronto!...
Abraço .
Eduardo Aleixo,
"Quando o discípulo está pronto, o Mestre sempre aparece".
Um velho e conhecido ditado hindu. Mas, para isso é necessário o discípulo estar em sintonia, com o seu Mestre.
Sim, é pura verdade.
Abraços,
Lumena
Obrigado pelo elogio.
Abdoul Hakime em árabe quer dizer "o servo do Sábio", ou seja, de Deus, pois no islão um dos nomes de Deus é Al-Hakime - O Sábio.
Se a pessoa deiz apenas Hakime, então está a chamar-me de sábio.
Mas eu ainda não sou... tomara Deus que um dia eu seja, assim como tu já és.
Beijos do Brasil.
Abdoul Hakime,
Não exageres! :)
Não sou sábia. Poderei ser ainda discípula.
Abraços,
Lumena
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