Discriminação das Mulheres no Desporto
A mulher no desporto de competição sofreu um processo de discriminação, que dificultou a sua participação nas mais diversas modalidades.
Temos assim, que ser mulher no meio desportivo tem sido viver à sombra de questões psicossociais e culturais, advindas da dominação masculina, apesar de se estar a alterar nestes tempos, porém, trazendo consequências práticas no quotidiano das atletas.
É facto, portanto, que as “mulheres-atletas” não recebem o mesmo tratamento que os seus colegas, junto dos “mídia”, pois criou-se um padrão em que as conquistas masculinas são mais valorizadas do que as femininas pela televisão, jornais e os meios de comunicação como um todo. Mas não podemos esquecer que a mídia, muitas vezes, utiliza as atletas femininas através de matérias com apelo sexual ou estético, em vez de priorizar as questões de performance.
Dessas mesmas diferenças aos mais variados níveis, era o facto de as mulheres terem mais resistência fisica, isto claro em atletas de topo, e isso ficou provado numa das provas de natação mais duras do mundo, que consiste em nadar à volta da ilha de Manhattan, onde a resistência é fundamental, pois trata-se de estar dentro de água bastante fria durante 8 ou 9 horas. A primeira classificada foi uma mulher e deixou o segundo classificado, um homem, a qualquer coisa como 20 ou 30 minutos de distância. Esta senhora já tinha feito a travessia do canal da mancha, com o seu irmão, e por simplesmente o irmão não chegou ao fim, mas ela sim.
Temos, em definitivo, de entender que a mulher dos nossos dias já se libertou de muitos estigmas e tabus que a inferiorizavam, pelo que a sua participação na vida pública, nas comunidades, deva ser igual à dos homens, sem haver necessidade de leis que o imponham. Com efeito, a mulher de hoje está onde o homem está, no mundo académico, na magistratura, na advocacia, na medicina, no ensino, na investigação, na cultura, na ciência, nas artes, no desporto e também na vida política.
Não nos devemos contentar em ficar-mo-nos por um “Dia Internacional” mas sim continuar a lutar por um espaço libertador. A mídia de massas não fez as mudanças que deveria, porém, continua atada a estereótipos. Não vêem a mulher a não ser com papéis muito específicos, como de vítima ou de malvada.
Mulheres com níveis naturais elevados de androgénios têm uma vantagem. É uma vantagem injusta?
Alguns homens têm naturalmente níveis mais altos de androgénios que outros. É isto injusto? Então onde traçar a linha entre homens e mulheres?
Eu não sei. O facto é que o sexo é uma confusão.
Que medidas estão a ser tomadas para assegurar a igualdade de acesso de mulheres à prática desportiva a todos os níveis e em todas as etapas da vida, independentemente do meio social?
Um exemplo: Se um atleta provar que é diabético e precisa de insulina, que é uma substância proibida no desporto, a IAAF aprova o uso. Do mesmo modo, uma atleta com o gene SRY tem uma condição médica. Tem direito ao tratamento, mais do que direito, neste tipo de casos está-se perante uma obrigação de tratamento, para poder continuar a competir.
Façamos valer os nossos direitos, de forma séria e assumida e lutemos por eles, pois é lógico que numa sociedade moderna e desenvolvida, que esse tipo de comportamentos não podem ter lugar.
Mas acho que se está a melhorar, também cada vez somos mais, há mais material, há mulheres a competir e obtêr excelentes classificações na tabela geral, por isso, pode ser que as coisas melhorem...
Lumenamena