30.12.09

Bom Ano Novo 2010


Quero agradecer e desejar a todos os amigos leitores/visitantes, pela confiança depositada no meu trabalho e leitura diária deste blog, aos amigos que me apoiaram e ajudaram no crescimento, aos amigos que me deram muita força neste ano de desafios e muitas vitórias.
Desejo a todos um ano de muitas realizações e bençãos.
Que 2010 seja de muita saúde e paz, para todos nós.
Lumenamena

23.12.09

Inquietações


O Filosofar dos Adolescentes

Na adolescência, o período atribulado em que a criança começa a ceder o seu lugar ao adulto em gestação e as crises de identidade e de identificação se agudizam, tem lugar a irreverência e importúnio até, caústico na maior parte dos casos.
Intelectualmente adulto, possui um pensamento-discurso capaz de acompanhar as argumentações dadas e de ponderar a sua razão, na posse das múltiplas informações na aprendizagem escolar, na comunicação social, no cinema, na rádio e na convivência com o que os outros lhe trazem, o jovem adulto, ávido de afirmação pessoal e de uma identidade própria. O perguntar e o responder não têm limites nem fronteiras.
Na direcção familiar, escolar, social e política ele oferece a crítica mais impiedosa, de ruptura, de utopia e de ingenuidade.
As perguntas saem-lhe como saem, contra tudo e contra todos, ainda que frequentemente não contra alguém em particular.
Naqueles em que a sensibilidade reflexiva é maior, as horas de solidão, às vezes impostas, às vezes procuradas, tais como:

Porque sou eu e não outro?
Porque é que tenho os pais que tenho?
Será que existe mesmo Deus?
E se Deus não existir?
Qual o sentido da existência?
Porquê a violência?
Porque é que não nos deixam fazer o que nos dá vontade?
Porque é que não se há-de experimentar tudo?

São estas as perguntas que constituem em longos períodos de inquietação.
Lumenamena

18.12.09

Acção Humana


A Liberdade Como Exigência Essencial

Sem a ideia de liberdade, sem a convicção de que somos livres, não fazem sentido as ideias de responsabilidade pessoal, de mérito, de culpa, de remorso, de punição. Se somos aquilo que a hereditariedade e educação fizeram de nós, não agimos mas somos dirigidos por mecanismos que nos dominam. Todas as acções humanas serão simplesmente algo que nos acontece, e só aparentemente seremos nós próprios.
A convicção de que somos livres baseia-se de que as nossas decisões não são pura e simplesmente controladas pela genética, pelas nossas experiências passadas, pela socialização e pela educação.
Somos seres naturais mas é difícil admitir que façamos simplesmente parte da natureza e sejamos totalmente programados pela nossa constituição natural; somos seres sociais mas é improvável que nada mais sejamos do que o resultado da educação que recebemos, das boas ou más companhias que tivemos, etc.
Por grande que seja a nossa programação biológica ou cultural, nós, seres humanos, podemos acabar por algo que não está no programa. Podemos dizer "sim" ou "não", quero ou não quero. Por muito apertados que nos vejamos pelas circunstâncias, nunca temos ou só caminho a seguir, mas sempre vários.
Lumenamena

14.12.09

Jesus Cristo


O Amor Eterno

Se reflectirmos sobre a mensagem de Cristo, podemos chegar a diversas conclusões, essencialmente a mensagem de Jesus é catalisadora, a forma como é alcançada é fundamental para que possamos analisar interiormente as nossas potencialidades. A mensagem de Cristo é eterna, basicamente devido à sua simplicidade, simplicidade essa, que faz com que seja difícil a compreensão da sua mensagem. Mas afinal, qual a mensagem de Cristo? O amor, da sua maneira mais simples, da sua forma mais pura, essa mensagem nos fala de um amor Universal, um amor fraternal, sem limites, isto faz com que a sua mensagem, ainda seja de difícil compreensão pela humanidade.
Que amor é esse?
De onde vem o amor?
O amor é a força motriz do Universo, o amor equilibra e alinha o cosmos, o amor é responsável pela vida em todos os aspectos, o amor é a realidade do Ser, é a integralidade do espírito. Simplesmente existimos pelo amor e para o amor, tudo que venha a ser diferente disso, não passa de uma ilusão. O amor como força Universal inesgotável renova-se a cada momento, ele não permanece imóvel, ele se alimenta, se desenvolve, se evolui. Após o contacto com o amor a modificação do Ser é total, ele integra-se novamente no cosmos, sente-se parte do todo. O amor emancipa a alma para a sua totalidade, ele faz de nós os seres que somos, ele abre-nos a verdadeira visão.
O amor pregado por Cristo é o amor Universal, onde amar os inimigos é tão importante quanto amar a si mesmo, onde o próximo não é apenas o próximo, mas sim um todo na essência divina. Somos todos parte do mesmo ser, todos uma célula de um grande organismo, é como o sangue, essencial para que todas as células possam ter a adequada nutrição, assim como o sangue é o alimento da célula, o amor é o alimento da alma.
Lumenamena

10.12.09

O Sentido da Vida


Existência

“É chegada a hora de nos separarmos: eu para morrer, e vós para viver. A minha sorte ou a vossa, qual será a melhor?” Ninguém, a não ser a divindade, saberá responder”.

Estas terão sido as palavras de Sócrates no fim do julgamento a que foi submetido, em Atenas. Todos sabem que Sócrates foi um mártir da filosofia. Foi condenado à morte pelo facto de ter disposto a sua vida com o impulso de despertar os homens da sua terra, obrigando-os a afastarem-se das preocupações corriqueiras, forçando-os a reflectirem-se sobre os problemas mais profundos, relativos ao sentido da vida e à noção de bem.
O problema do sentido da vida é aquele que se põe com a maior naturalidade. Se nos ouvirmos a nós mesmos, se auscultarmos as nossas próprias inquietações, na sua maior profundidade, veremos que o que se passa é que colocamos espontaneamente a questão da significação da existência. De onde vimos? Quem somos? Para onde vamos? E estas questões põem-se naturalmente. Basta que possamos desligar-nos por instantes das preocupações que nos aprisionam à vida prática. O problema que se põe é: conhecer o significado deste facto de nascer, viver e morrer. É sempre assim: nascer, viver e morrer, isto parece-me normal. Mas o nosso pensamento podia exigir que fosse diferente. Mas pensemos bem: podemos imaginar que o homem nascesse velho e morresse criança. Qual a necessidade de nascer criança? Mas o facto é que a realidade é assim. Verifico então um facto da maior importância: a irreversibilidade da vida. Ela parece ter uma direcção. Não podemos mudar esta direcção. E o que tem direcção tem um sentido. E é este sentido, que procuro conhecer. E é pelo facto de existir este sentido, que não posso deixar de colocar o significado da vida. Porque o que encontramos, no mundo dos seres vivos, não é um simples flutuar. Encontramos uma direcção, encontramos uma irreversibilidade, e isto é um desafio à nossa inteligência.
Lumenamena

6.12.09

Bater no Fundo


Sentir Melancolia

O ser humano tem de conviver com a melancolia e a dor, por vezes, sentimentos inevitáveis e necessários. A tristeza é uma boa forma de adaptação, pois contribui para que uma pessoa se cuide contra qualquer perigo grave ou repentino.
Sentir-se triste ou melancólico não é sinal de uma doença mental nem equivale a sofrer de depressão. É apenas quando os sentimentos se prolongam ou se acentuam, que podem começar a ser considerados patológicos.

A melancolia é representada por um rosto apoiado nas mãos, a cabeça pesa, cheia como está de mórbidas fantasias. Os músculos da nuca, que deveriam manter erguida a cabeça, estão sempre tensos, é uma tensão arcaica, a mesma que faz um herbívoro erguer a cabeça, alarmado, quando fareja um carnívoro.

A expressão da face é, naturalmente sombria. Não é exactamente uma face escura, mas escurecida. Uma das características dos melancólicos, é combater a secura. Produzida pela combustão negra no organismo, resultante de um calor anormal, no corpo, o calor da raiva, por exemplo, uma paixão que consome o espírito e acaba por esfriar e secar o corpo. Metaforicamente falando, melancolia é isso, frieza e secura, enquanto a alegria é húmida e quente.

O sanguíneo é forte, musculoso, gosta de companhia, de comida, de bebida. O melancólico é magro, pálido, taciturno, lento, silencioso, desconfiado, invejoso, ciumento, solitário, aliás, a solidão é causa e consequência da melancolia, assim como a inactividade. A melancolia adusta, contudo, pode ter uma fase quente, furiosa, alternada com outra mais típica, que é fria e contida, que se enquadra no conceito de doença bipolar. Alimentos frios e secos dão melancolia, alimentos quentes e húmidos combatem-na.

Melancolia é um distúrbio dos humores, a alma se desliza do corpo. É uma admirável condição da mente.
Lumenamena

4.12.09

Quadra Natalícia


O Consumismo Destrói o Sagrado

A estação do Natal comercializado chegou. Para quase toda a gente, fora os miseráveis, o que faz muitas excepções, é uma paragem quente e clara no inverno cinzento. Para a maioria dos celebrantes de hoje, a grande festa cristã fica limitada a dois grandes ritos: comprar, de maneira mais ou menos compulsiva, objectos úteis ou não, e empanturrar-se a si e às pessoas da sua intimidade, numa mistura indestrinçável de sentimentos em que entram igualmente a vontade de dar prazer, a ostentação e a necessidade de se divertir.
Trata-se de um nascimento, de um nascimento como todos deveriam ser, o de uma criança esperada com amor e respeito, trazendo em si as esperanças do mundo. Trata-se dos pobres, Maria e José procurando tímidamente em Belém uma hospedaria para as suas posses, sempre desprezados em favor de clientes mais ricos e reluzentes e por fim insultados por um patrão que “detesta a pobralhada”.
É a festa dos homens de boa vontade. É a festa da comunidade humana, porque é, ou será dentro de dias, a dos três Reis, cuja lenda quis que um fosse negro, alegoria viva de todas as raças da Terra, levando ao menino a variedade dos seus dons. É a festa da alegria, mas também da dôr, pois que a cada criança hoje adorada será amanhã o Homem das Dores. É enfim, a festa da própria Terra, que nos ícones da Europa de Leste vemos tantas vezes prosternada à entrada da gruta onde o Menino nasceu, a mesma Terra que na sua marcha atravessa neste momento o ponto do solstício de Inverno e nos arrasta a todos para a Primavera. Por esta razão, antes que a Igreja tivesse fixado o nascimento de Cristo nesta data, ela já era, nos tempos antigos, a festa do Sol.
Parece que não é mau lembrar estas coisas, que toda a gente sabe, e que tantos esquecem.

Lumenamena

2.12.09

Meditação Transcendental - 3.ª parte


A Ciência do Ser e a Arte de Viver

(Continuação...)
Imagine que tem na sua mão um bloco cilíndrico. Vendo-o de lado, ele aparecerá como um quadrado; vendo-o do topo, ele aparecerá como um cilindro. Nós somos capazes de integrar estas perspectivas parciais ao objecto, a duas dimensões, num conceito mais compreensivo a três dimensões de um cilindro e não encontramos qualquer conflito entre as suas vistas. Mas se nós não tivéssemos esta estrutura perspectiva mais ampla, e tivéssemos de relacionar tudo num sistema de referência a duas dimensões, teríamos de defrontar-nos com um objecto que se apresentaria por vezes como um quadrado e outras vezes como um círculo. Nesta situação, a única forma de resolver o aparente paradoxo seria a de tentar explicar em termos do outro e, e se isto falhasse, declarar que um ou outro devia ser uma ilusão. Este é o tipo de situação com que a pessoa no estado de vigília se defronta, no que respeita ao absoluto e ao relativo. Não é que o relativo seja uma ilusão, nem que o absoluto seja irreal, ambas são reais, e a única maneira de resolver verdadeiramente o paradoxo é expandir a consciência a tal ponto, que possamos abranger ambos os aspectos simultaneamente. As diferenças são apreciadas no pleno valor da harmonia infinita. É um estado de paz e de realização.
À medida que a pessoa continua do quinto ao sétimo estado, defronta-se com experiências que, de acordo com todas as descrições, são absolutamente notáveis. O mesmo princípio aplica-se a cada etapa de desenvolvimento. Do quarto ao quinto estado de consciência a fôrmula é: “medite e tenha actividade”, regularmente e sem esforço, e continue com o resto da sua vida como habitualmente.
Removendo o mistério do misticismo – O misticismo tem muito pouco a ver com o mistério e vêm ambos da mesma raiz grega muo, que significa fechar os olhos e os lábios e tornar-se silencioso, mas enquanto um “mistério” é uma falta de conhecimento que resulta geralmente do silêncio dos outros, o “misticismo” é uma plenitude de conhecimento causada pelo retirar-se pessoalmente do mundo para um estado de silêncio interior.
Há uma opinião entre alguns psicólogos, de que é possível induzir estados superiores de consciência ao mudar directamente a química do cérebro. Considerando um exemplo específico, o LSD tende a concentrar-se no sistema visual do cérebro. Quando é muito forte, a pessoa pode muito bem ter experiências com descrições semelhantes do sexto estado de consciência, podia-se fácilmente supôr que os dois eram idênticos. Mas, quando ambos os estados são experimentados, torna-se imediatamente claro como eles são tão diferentes.
O que faz a meditação ao cérebro?
Dentro do nosso cérebro temos certas células específicamente elaboradas para criar e estimular o impulso beatífico e místico. Porém, elas só são activadas quando o homem já desenvolveu certas prerrogativas, tais como a pureza de vida e de elevação do pensamento. Também, quando já se nasce com certa evolução, elas podem manifestar-se espontâneamente, e eis a razão porque ocorrem estados místicos inconscientes.
Esta actividade mística do cérebro, que se pode traduzir por uma “doçura”, é estimulada através da Meditação. O espaço que deve haver entre as práticas de Meditação não deve ser muito longo, porque a capacidade cerebral de mantêr em actividade as células que estão impregnadas de “beatitude”, se não houver continuidade, esgota-se. A Meditação é o meio de as mantêr activas e de as recarregar novamente de energias, para ajudar os neurónios a multiplicarem-se e a produzirem novo afluxo de “doçura”. Ou seja, o prazer que sentimos no organismo (alegria interior) é provocado pela capacidade do cérebro transformar certas substâncias químicas, tais como os “açúcares”. Quanto mais “açúcar” (transformação química das células), mais tempo conservamos o bem-estar e a felicidade. Estes “açúcares” nada têm a ver com o açúcar que se ingere normalmente na alimentação, que o nosso organismo tem a capacidade e função de transformar. Este “açúcar”, ou o elemento químico doce, que provoca a “doçura” ou felicidade, é “fabricado” na Meditação.
Este açúcar é uma substância, Melatonina, derivado de um aminoácido fabricado pela glândula pineal. A Meditação impulsiona qualitativamente a glândula pineal, que por sua vez, afecta mais áreas do cérebro, entre as quais as que contêm os neurónios que se recordam de entidades superiores, e que na maior parte dos seres está passiva. Aguardemos que a Ciência venha a descobrir.
Fim
Lumenamena